quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vermelho corneta


Vermelho corneta é cor que ninguém olha. Quando olha fecha os olhos. O medo à cavalgadas chega ao horror! Cor que ninguém entende, só atravessa o centro ordenado do seu pequeno universo e o transforma em caos.
Vermelho corneta encarado causa pânico. Eu tenho uma cortina de tons corneta, balança sutil com o vento. Me engole! A imagem que suscitei a pouco parece leveza, mas essa cor nunca é leve. Pesa como as categorias do entendimento. Kant pintava os lábios com vermelho corneta.
Quem nunca despertou a uma hora da madrugada em desespero? De olhos fechados o vermelho se desenha. Minha mãe era virgem, e me ensinou que vermelho libido elevado ao quadrado se torna corneta. Porém, naquela manhã, com os dedos limpei folhas amargas do inverno, abri a boca contente e rocei a língua na maça vermelha. Que elevada por dois entoou um tango ceifado pela existência do tempo.

2 comentários:

Jéssica Souza disse...

"Minha mãe era virgem, e me ensinou que vermelho libido elevado ao quadrado se torna corneta."
A cada letra tua meu encatamento é maior. Espero que talento esteja no sangue...
:)
Beijos

Sentimentalidades-Todas disse...

Qta saudade de ti!!!!!!!!!!!!!
de teu espaço (que está lindissimo e sempre antopofágico)
Ando em falta com tantos amigos, entre eles você. Mas um dia faço as pazes com a disciplina e com a ação e deixo só de pensar com carinho em vc(´s) e parto literalmente para o abraço.

Muito embora eu saiba que seu blog é chique demais para receber selinhos, há um para vc lá no meu....nem precisa responde-lo, basta saber que tal como sugere o nome, "meu dez vai para vc"

beijos, filha!!!!!